terça-feira, 11 de agosto de 2009

Quem sou eu?

Eu sou os brinquedos que eu brinquei, as gírias que eu usei, eu sou eu com os nervos a flor da pele no vestibular, os segredos que guardei, eu sou o renascido depois do acidente que escapei, aquele amor atordoado que vivi, a conversa séria que tive um dia com meu pai, eu sou a saudade que sinto da minha mãe, a infância que eu me recordo, a dor de não ter dado certo, de não ter falado na hora, sou aquilo que foi amputado no passado, a emoção de um trecho de livro, a cena de rua que me arrancou lágrimas, eu sou o que eu choro. Eu sou o abraço inesperado, a força dada para o amigo que precisa, eu sou o carinho que permuta, as palavras ditas para ajudar, os gritos destrancados da garganta, os pedaços que junto, sou o orgasmo, a gargalhada, o beijo. Sou a raiva de não ter alcançado, a impotência de não conseguir mudar, sou o desprezo pelo o que os outros mentem, sou o desapontamento com o governo, o ódio que tudo isso dá, eu sou aquele que rema, que cansado não desiste, sou a indignação com o lixo jogado do carro, a ardência da revolta. Sou aquilo que reivindico, o que consigo gerar através da minha verdade e da minha luta, sou os direitos que tenho, os deveres que me obrigo, sou a estrada por onde corre atrás, serpenteia, atalha, busca, eu sou o que eu pleiteio.


*Adaptação de texto de Martha Medeiros

2 comentários:

  1. Ai

    Vestibular. Não reclama não. Faculdade é pior.

    Você é um monte de coisa, hein!

    Abraço!
    Gabriel.

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  2. Não reclamo da época do vestibular não... Nunca!
    Tenho é muita saudade daquela época...
    Queria poder voltar no tempo e aproveitar mais. rs

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